O conselheiro regional de Saúde da Unicef para a África Oriental e Meridional, Paul Ngwakum, alertou para a gravidade da situação, destacando que as crianças do Burundi são as mais afetadas pela epidemia, com taxas de infecção alarmantes. Ngwakum ressaltou que os menores de 19 anos do país representam dois terços dos casos registrados, sendo que cerca de 30% dos casos notificados são de crianças com menos de cinco anos.
A condição dessas crianças é ainda mais preocupante devido ao fato de muitas delas já apresentarem um sistema imunológico debilitado e outras doenças, como aids e malária, o que agrava a situação. O tratamento contra a mpox é considerado crucial para evitar mortes nesse grupo populacional vulnerável.
Além disso, após a República Democrática do Congo, o Burundi é o segundo país mais afetado pela epidemia de mpox na África. A doença é causada por um vírus que pode ser transmitido de animais para humanos e entre pessoas, causando sintomas como febre, dores musculares e lesões na pele.
O surgimento de uma nova variante do vírus na RDC levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a elevar o nível de alerta global para a doença em agosto. Até o início de setembro, foram registrados mais de 25 mil casos suspeitos de varíola e 723 mortes em todo o continente africano.
Diante desse cenário preocupante, as autoridades de saúde devem intensificar as medidas de prevenção e tratamento da mpox para conter a propagação da doença e proteger a população, especialmente as crianças, que estão entre os mais vulneráveis.