O tribunal de apelações de Paris será o palco para as audiências que ocorrerão de 29 de setembro a 27 de novembro de 2025. Em 17 de abril de 2023, o tribunal correcional de Paris havia inocentado a fabricante europeia Airbus e a companhia aérea Air France das acusações de homicídio culposo, embora as duas empresas tenham sido consideradas responsáveis civilmente.
Apesar de reconhecer que ambas as empresas cometeram falhas, o tribunal argumentou que não foi possível estabelecer “nenhum vínculo causal seguro” com o acidente. Diante disso, o Ministério Público decidiu recorrer da decisão.
O trágico acidente ocorreu em 1º de junho de 2009, quando o avião que realizava o voo AF447 entre o Rio de Janeiro e Paris caiu no Oceano Atlântico durante a noite, pouco após a decolagem. As 228 pessoas a bordo, incluindo 216 passageiros de 33 nacionalidades e 12 tripulantes, perderam tragicamente suas vidas, tornando-se o acidente mais letal da aviação comercial francesa.
Após o acidente, os destroços da aeronave e os corpos das vítimas foram encontrados nos dias seguintes, porém a fuselagem só foi localizada dois anos depois, a uma profundidade de 3.900 metros. O avião, um A330, apresentou problemas causados pelo congelamento das sondas de velocidade Pitot, o que desorientou os pilotos e resultou na queda da aeronave em questão de minutos.
O desdobramento desse processo, que envolve duas grandes empresas na aviação civil, promete gerar intensos debates e repercussões nos meios jurídicos e públicos, buscando esclarecer as responsabilidades acerca dessa tragédia que marcou a história da aviação comercial francesa.
