Lesões e deformidades em animais no rio Doce podem estar ligadas à tragédia de Mariana, aponta estudo do PMBA.

A descoberta de tartarugas, toninhas e peixes pequenos com lesões e deformidades nas águas do rio Doce, no Espírito Santo, levantou preocupações sobre os possíveis impactos da tragédia ambiental de Mariana, em Minas Gerais. Pesquisadores do Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática (PMBA) realizaram um estudo que sugere uma ligação entre as alterações encontradas nos animais e o rompimento da barragem de Fundão, ocorrido há nove anos.

De acordo com informações do Ministério Público, cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram despejados na região como resultado da ruptura da estrutura que pertencia à mineradora Samarco e era controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton. O relatório divulgado pelo PMBA aponta para a possibilidade de acúmulo de metais nos organismos que ocupam o topo da cadeia alimentar como uma das consequências do desastre.

A pesquisa realizada pelos estudiosos do PMBA comparou dados atuais com estatísticas coletadas antes de 2015, evidenciando um aumento na concentração de metais nos animais afetados pela tragédia. Essa análise reforça a hipótese de que a contaminação pode estar diretamente ligada ao rompimento da barragem de Fundão.

O estudo faz parte de um acordo de cooperação técnico-científica entre a Fundação Espírito Santense de Tecnologia (Fest) e a Fundação Renova, entidade autônoma responsável pela restauração e reconstrução de áreas afetadas pelo desastre ambiental. A investigação realizada pelos pesquisadores do PMBA destaca a urgência de ações para mitigar os impactos ambientais e proteger a biodiversidade do rio Doce e regiões adjacentes.

Diante dessas descobertas, autoridades ambientais e organizações de proteção da natureza estão pressionando as empresas responsáveis pela barragem de Fundão a assumir suas responsabilidades e adotar medidas efetivas para reparar os danos causados ao ecossistema aquático da região. A atenção para essa situação deve ser redobrada, visando garantir a preservação do meio ambiente e a saúde dos animais que habitam as águas do rio Doce.

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