Sem citar diretamente a Argentina ou o presidente Javier Milei, Francisco relatou ter assistido a um vídeo de pessoas protestando nas ruas e expressou sua preocupação com a repressão policial, que ele classificou como uma atitude contrária à justiça social. O Papa fez referência a um evento ocorrido em Buenos Aires no dia 12 de setembro, no qual a polícia utilizou gases lacrimogêneos e balas de borracha para dispersar manifestantes que protestavam contra um veto a um aumento de aposentadoria.
A declaração do Papa gerou reações dentro do governo argentino. Enquanto o porta-voz da presidência preferiu não confrontar diretamente o pontífice, o chefe de gabinete de Milei, Guillermo Francos, se pronunciou de forma crítica. Francos apontou a grave situação econômica enfrentada pelo país nos últimos anos e ressaltou que a sensibilidade social do Bergoglio não resolve problemas estruturais como a inflação.
O funcionário do governo argentino ainda destacou que a redução da inflação é uma política social e questionou a postura do Papa em relação a outros problemas enfrentados pelo país. Além disso, Francos mencionou a simpatia de Francisco pelo peronismo, em uma atitude que chamou a atenção para as atitudes do pontífice.
Diante desse cenário, as declarações do Papa Francisco continuam gerando debates e reflexões sobre a relação entre o direito ao protesto social e a repressão das autoridades, levantando questões sobre como lidar com as demandas da sociedade de forma justa e equilibrada.