A decisão do presidente do tribunal, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, foi motivada pelo fato de que esses locais estavam suscetíveis a ações do crime organizado. Especialistas ouvidos por veículos de imprensa ressaltaram que a infiltração de grupos criminosos na política é uma grande ameaça não só no Rio, mas em todo o país.
Segundo Alan Fernandes, doutor em Ciências Policiais e Segurança Pública, o crime organizado aprendeu a trabalhar de dentro do Estado, interferindo no processo eleitoral para garantir que seus candidatos sejam eleitos. Ele destacou que há risco de coação dos eleitores por esses grupos criminosos, impedindo-os de votar ou forçando-os a escolher determinados candidatos.
Para garantir a lisura do processo eleitoral, novas medidas estão sendo adotadas pelos tribunais. A proibição do uso de celulares e câmeras em cabines de votação, implementada em 2008, foi uma delas, visando impedir que traficantes e milicianos obriguem eleitores a registrar votos em determinados candidatos.
Além da participação do crime organizado, também há casos de violência entre candidatos e eleitores por questões ideológicas. O período de setembro, nas campanhas de primeiro turno, é marcado por um acirramento das situações de violência eleitoral, conforme alertado por Miguel Carnevale, pesquisador do Giel/UniRio.
As redes sociais também têm papel na amplificação da violência eleitoral, permitindo que indivíduos exponham tendências violentas e propaguem ameaças. Um levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral registrou um aumento significativo nos casos de violência contra lideranças partidárias, sendo o Rio o estado com mais ocorrências.
Diante desse cenário, as autoridades têm buscado ampliar a segurança das eleições, como a extensão do prazo de permanência da Força Nacional de Segurança no Rio de Janeiro. Medidas como a mudança de locais de votação visam criar um contexto de maior segurança para os eleitores no dia da votação, diminuindo a influência de grupos criminosos.