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Estudantes da Uerj são retirados do Campus Maracanã após conflito e depredações, aulas serão retomadas nesta terça-feira

Nesta terça-feira, dia 24 de setembro, as aulas no Campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) serão retomadas após os estudantes terem sido retirados do Pavilhão João Lyra Filho na última sexta-feira. A ocupação do prédio principal do Campus Maracanã durou 56 dias e terminou com confrontos entre os estudantes e a polícia, resultando em detenções e depredações.

Durante a ocupação, os estudantes protestavam contra mudanças nas regras de concessão de bolsas e auxílios financeiros para assistência estudantil. Entre as reivindicações dos estudantes estava a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que estabelecia alterações nos critérios para o recebimento de auxílio alimentação e outros benefícios. As novas regras excluíram mais de mil estudantes dos benefícios, o que gerou insatisfação e resistência por parte dos ocupantes.

Durante a desocupação, houve confronto entre os estudantes e a polícia, com uso de bombas de efeito moral e detenções. Inclusive, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi detido ao tentar defender os estudantes durante a ação policial. A Universidade identificou danos estruturais no prédio, como quebra de paredes, portas e pias, além do sumiço de discos rígidos de computadores que continham informações sensíveis e de pesquisa.

A Uerj abriu uma sindicância para apurar os responsáveis pelas depredações e pelo desaparecimento dos HDs. Além disso, medidas de transição foram estabelecidas pela instituição, como o pagamento de auxílio-transporte e alimentação para os estudantes afetados pelas novas regras. Uma audiência de conciliação foi realizada, porém não houve acordo, e a juíza determinou a desocupação da universidade, garantindo o direito à reivindicação dos estudantes.

Apesar dos conflitos e da desocupação forçada, a Uerj segue em busca de soluções para garantir o bem-estar e a assistência necessária aos estudantes em situação de vulnerabilidade social. A próxima audiência está agendada para o dia 2 de outubro, com o intuito de buscar um acordo sobre os valores das bolsas de estudo e dos demais auxílios.

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