Morales chamou a marcha de “marcha para salvar a Bolívia” e está disputando a nomeação presidencial do governo para as eleições de 2025 com Arce, que foi seu ministro da Economia durante os 13 anos em que ele esteve no poder.
No domingo, em uma mensagem televisionada, Arce afirmou que não permitirá uma guerra civil e condenou os confrontos entre manifestantes dos dois lados, que resultaram em 34 feridos, de acordo com números oficiais. A polícia bloqueou os acessos à sede do governo em La Paz antes da chegada da marcha, e apoiadores de Arce se concentraram nas proximidades para aguardar Morales e seus seguidores.
Morales alega que a mobilização contra o governo reúne cerca de 15.000 pessoas e tem como objetivo protestar contra a corrupção, a má gestão econômica e a suposta tentativa de impedir sua candidatura presidencial.
A Bolívia, um país rico em gás e recursos de lítio, enfrenta uma crise econômica desde o ano passado, com escassez de combustível e falta de dólares. Arce tem utilizado as reservas internacionais para manter subsídios, o que levou à falta de dólares e à desvalorização da moeda boliviana.
No entanto, por trás da crise econômica está a disputa política entre Morales e Arce. Morales acusa seu ex-ministro de se aliar aos juízes para impedir sua candidatura em 2025, enquanto a ala governista do Movimento Ao Socialismo apoia a reeleição de Arce.
A Defensoria do Povo tentou mediar um diálogo entre os dois líderes durante a marcha, mas sem sucesso até o momento. A situação político-econômica na Bolívia permanece incerta, com a população dividida entre apoiar Morales ou Arce no cenário político do país.