Segundo os pesquisadores, a redução mais significativa foi observada entre as famílias de maior renda e o público masculino. Ambos os grupos apresentaram uma deterioração nas percepções sobre o mercado de trabalho e o consumo futuro.
Apesar da queda, o indicador ainda se manteve em 103,1 pontos, o que indica um nível de satisfação acima da média e o maior patamar desde março deste ano, quando atingiu 104,1 pontos. A pesquisa também apontou um aumento de 0,4% na avaliação sobre o emprego atual, indicando sinais de melhoria nesse aspecto.
No entanto, a desaceleração na criação de empregos e as incertezas econômicas contribuíram para uma retração de 0,4% na perspectiva profissional das famílias. O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que a cautela dos consumidores continua, mesmo com o mercado de trabalho aparentemente aquecido no curto prazo.
A pesquisa também analisou o mercado de crédito, apontando uma maior restrição devido à pressão inflacionária e às incertezas fiscais. Isso resultou em uma queda de 1,3% na satisfação com o acesso ao crédito entre as famílias. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) revelou um aumento no número de famílias com dificuldades em pagar suas dívidas, impactando negativamente na intenção de compra de bens duráveis.
Em relação ao gênero, as mulheres se destacaram na intenção de consumo, com um avanço anual de 1,6%, enquanto os homens tiveram uma retração de 0,3%. As diferenças também foram observadas na satisfação com o emprego atual e a perspectiva profissional, com as mulheres apresentando resultados mais positivos.
Em resumo, a pesquisa da CNC revelou que, apesar de alguns sinais de melhoria, as famílias continuam cautelosas em relação ao consumo e ao mercado de trabalho, devido à incerteza econômica e à restrição no acesso ao crédito.