Justiça argentina pede prisão de Nicolás Maduro e mais 30 colaboradores por violações de direitos humanos na Venezuela.

A justiça argentina surpreendeu o mundo ao ordenar, nesta segunda-feira (23), a prisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O mandatário foi convocado para prestar depoimento em um processo por violações de direitos humanos em seu país, um ato sem precedentes na história recente.

A decisão foi tomada pela Câmara Federal de Buenos Aires, que, sob o princípio da jurisdição universal, emitiu o pedido de captura à Interpol. Isso significa que alertas vermelhos foram emitidos contra Maduro, assim como contra 30 funcionários e colaboradores do presidente, incluindo o ministro do Interior e o dirigente chavista Diosdado Cabello.

De acordo com a Câmara Federal, após ouvir testemunhos de denunciantes, ficou comprovado que essas pessoas estavam envolvidas em um plano sistemático de “sequestro e tortura” de cidadãos venezuelanos. A ordem de prisão inclui ainda responsáveis, membros das forças de segurança e dos serviços de inteligência do país.

A Venezuela vive uma crise pós-eleitoral desde a controversa reeleição de Maduro para um terceiro mandato consecutivo. As eleições presidenciais de 28 de julho foram marcadas por denúncias de fraude pela oposição. Os protestos que se seguiram aos resultados contestados resultaram em 27 mortos, quase 200 feridos e mais de 2 mil detidos, segundo dados oficiais.

Essa decisão da justiça argentina coloca Nicolás Maduro em uma situação delicada e sem precedentes. O presidente venezuelano terá que enfrentar as acusações de violações de direitos humanos em um processo que pode ter desdobramentos significativos não apenas para ele, mas também para a situação na Venezuela e nas relações internacionais. A comunidade internacional observa com atenção os próximos passos desse caso.

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