Repórter Recife – PE – Brasil

Faturamento recorde da Novo Nordisk com Ozempic e Wegovy acende debate sobre preços altos de medicamentos nos EUA

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk está lucrando tanto com o Ozempic e o Wegovy que as vendas desses medicamentos em breve superarão todo o investimento da empresa em pesquisa nas últimas três décadas. Dados compilados pela Bloomberg mostram que a receita com esses dois remédios já chega a quase US$ 50 bilhões até o segundo trimestre e a previsão é que ultrapasse os US$ 65 bilhões até o final deste ano.

Com esses números impressionantes, a Novo Nordisk está enfrentando críticas e pressão para reduzir os preços desses medicamentos, principalmente nos EUA, onde muitos pacientes não têm cobertura de plano de saúde para a compra do Ozempic e do Wegovy. O CEO da empresa, Lars Fruergaard Jorgensen, está se preparando para comparecer a uma audiência no Congresso dos EUA liderada pelo senador democrata Bernie Sanders, que tem como objetivo analisar os motivos por trás dos preços elevados desses medicamentos.

A indústria farmacêutica sempre argumentou que é necessário obter grandes lucros com medicamentos bem-sucedidos para compensar os custos de tratamentos experimentais que não têm sucesso durante os testes. No entanto, os números da Bloomberg indicam que esse argumento está perdendo força no caso dos medicamentos mais populares da Novo Nordisk.

Sanders chegou a afirmar que o Ozempic poderia ser produzido de forma lucrativa por menos de US$ 100 por mês, muito menos do que o preço de tabela, que atualmente é de US$ 968,52. A discussão sobre os altos preços desses medicamentos levanta questões sobre a acessibilidade e a necessidade de regulamentação para garantir que tratamentos eficazes estejam disponíveis para aqueles que precisam.

Apesar dos debates em andamento, os medicamentos da Novo Nordisk, juntamente com outros fabricantes, têm o potencial de transformar o tratamento da obesidade e prevenir complicações associadas ao excesso de peso. Com mais de 40% dos adultos nos EUA sofrendo de obesidade, a discussão sobre os preços desses medicamentos é fundamental para garantir acesso equitativo a tratamentos eficazes.

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