De acordo com o arqueólogo Masato Sakai, da Universidade de Yamagata, a utilização da IA na pesquisa permitiu mapear de forma mais rápida e precisa a distribuição dos geoglifos. O trabalho conjunto entre o Instituto Nazca da instituição educacional japonesa e a IBM Research resultou em uma descoberta que impressionou a comunidade científica e foi publicada na renomada revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os 303 novos geoglifos foram identificados em apenas seis meses de trabalho de campo, algo que contrasta com a demora de quase um século para descobrir os 430 geoglifos de Nazca que eram conhecidos anteriormente. As figuras descobertas incluem geoglifos gigantes lineares que representam predominantemente animais selvagens, além de formações em relevo com motivos relacionados à atividade humana.
A vasta quantidade de dados de imagens geoespaciais produzidas por aeronaves foi analisada para identificar áreas prioritárias de prováveis geoglifos, demonstrando o poder da IA da IBM em acelerar descobertas no campo da arqueologia. As Linhas de Nazca, reconhecidas como Patrimônio Mundial pela Unesco, continuam sendo um enigma, com teorias que variam desde um observatório astronômico até um calendário.
O misterioso local onde estão localizadas as formações fica a cerca de 400 quilômetros ao sul de Lima, no deserto. Os primeiros geoglifos foram encontrados em 1927, e a cultura Nazca que ocupou a área entre 200 e 700 d.C. deixou um legado fascinante que continua a intrigar pesquisadores e apaixonados por arqueologia. A utilização da inteligência artificial nesta descoberta abre novas possibilidades de avanço no conhecimento dessa civilização ancestral e dos mistérios que envolvem as famosas Linhas de Nazca.