Ultimato de Evo Morales gera tensão na Bolívia e é interpretado como ameaça à ordem democrática

O clima político na Bolívia está tenso devido ao ultimato feito pelo ex-presidente Evo Morales ao atual mandatário Luis Arce. Morales liderou uma marcha de sete dias que culminou com a chegada a La Paz, onde fez um discurso enfático contra o governo que apoiou no passado.

Durante o percurso da marcha, que tinha cerca de 190 quilômetros de extensão e partiu da cidade de Caracollo, vários confrontos violentos foram registrados entre manifestantes armados com paus, pedras e explosivos, alguns a favor de Morales e outros de Arce. O clima de enfrentamento se instaurou e deixou pelo menos 36 feridos entre os manifestantes de ambos os lados.

Morales fez um comunicado à comunidade internacional, no qual cobrou de Arce a troca de ministros que ele considera problemáticos, como os “ministros narcotraficantes, ministros corruptos, ministros drogados e ministros racistas”. O ex-presidente deu um prazo de 24 horas para que Arce fizesse as substituições, caso contrário, ameaçou interromper a continuidade da ordem democrática.

O governo boliviano reagiu ao ultimato de Morales, interpretando-o como uma ameaça à ordem democrática. O Ministério das Relações Exteriores alertou que qualquer tipo de extorsão ou condicionamento contra a vontade do povo expressa nas urnas seria rejeitado. A situação política na Bolívia continua tensa, com grupos de seguidores convocando novas marchas em La Paz.

Morales e Arce estão em uma disputa pelo controle do governo e pela indicação presidencial para as eleições de 2025. Morales, que foi inabilitado judicialmente para ser candidato novamente, acusa seu ex-ministro da Economia de se aliar aos juízes e ao poder eleitoral para impedir que ele concorra novamente à presidência. A situação política na Bolívia está em ebulição e promete novos capítulos nas próximas semanas.

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