Ex-candidato venezuelano solicita anulação de sentença que validou reeleição de Maduro: “Nossa democracia está ameaçada”

O ex-candidato presidencial venezuelano Enrique Márquez, acompanhado por um grupo de chavistas dissidentes, tomou uma atitude corajosa ao solicitar à Suprema Corte do país a anulação da sentença que validou a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro. Enrique Márquez, que já ocupou o cargo de diretor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), não poupou críticas à decisão da instância judicial suprema, acusando-a de servir aos interesses do chavismo no poder.

Com o respaldo de aproximadamente 20 dissidentes do chavismo, Márquez compareceu à Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para entregar o recurso contra a decisão que validou a reeleição de Maduro. Em declarações à imprensa, o ex-candidato enfatizou os vícios de inconstitucionalidade presentes na sentença de agosto do ano passado, questionando a violação da soberania popular assegurada pelo sufrágio justo e transparente.

A certificação dos resultados das eleições de 28 de julho pelo TSJ confirmou a vitória de Maduro, apesar das denúncias de fraude e das reivindicações da oposição que apontavam para a vitória de Edmundo González Urrutia. Márquez, um dos 10 candidatos no pleito, participou do processo eleitoral convocado por Maduro, mas questionou a falta de transparência na apuração dos votos por parte do CNE, órgão também acusado de atuar em favor do governo.

Em um contexto de ameaça à democracia, Márquez enfatizou que a República venezuelana está em risco e que a paz e a convivência dos cidadãos estão sendo violadas. O TSJ, que afirmou que a sentença que ratifica a vitória de Maduro é irrecorrível, prometeu iniciar o processo em cinco dias.

O recurso apresentado por Márquez recebeu apoio de milhares de pessoas, incluindo antigos funcionários do chavismo que romperam com o governo de Maduro. Maria Alejandra Díaz, uma aliada próxima do falecido líder socialista Hugo Chávez, destacou que a era pós-Chávez está marcada pelo autoritarismo e pela ignorância dos direitos dos cidadãos e da Constituição.

Diante desse cenário de incertezas, a Venezuela segue em meio a um turbilhão político e social, com a disputa pela legitimidade do governo de Nicolás Maduro se intensificando a cada dia. Enquanto isso, a população aguarda ansiosa por desdobramentos e possíveis mudanças que possam trazer estabilidade e democracia ao país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo