Os estragos causados pelos incêndios continuaram, com relatos como o de Alexis Condolo, um mecânico de 23 anos que perdeu sua casa. “Queríamos salvar algo, mas não encontramos nada. O local estava exatamente como agora, em cinzas. Perdemos tudo, roupas. Ficamos só com as roupas do corpo”, lamentou.
Os incêndios começaram na terça-feira, nas proximidades de Auqui, na periferia oriental, e continuam a se alastrar. As chamas também atingiram o Parque Metropolinato Guangüiltagua e bosques nas áreas residenciais de Guápuli, Bellavista e González Suárez.
Até o momento, quatro pessoas ficaram feridas, incluindo um bebê de um ano que sofreu queimaduras. A prefeita Pabel Muñoz registrou dois bombeiros feridos durante as tarefas de evacuação, o que a levou a cancelar seu discurso na assembleia da ONU e retornar ao país.
A cidade inteira está mobilizando esforços para conter os incêndios, com a participação de 2.000 bombeiros, militares e equipes de resgate. Medidas de segurança foram implementadas, incluindo a evacuação de 107 famílias e a ativação de um plano de recompensa para encontrar os responsáveis pelos incêndios.
A qualidade do ar em Quito atingiu níveis de precaução no centro e no norte da cidade, enquanto nas áreas próximas aos incêndios, os níveis de poluição são considerados insalubres. Os moradores estão sendo orientados a usar máscaras para se proteger.
Enquanto a cidade lida com os efeitos imediatos dos incêndios, o Equador enfrenta uma crise hídrica devido à pior seca dos últimos 61 anos, o que tem impactado diretamente na agricultura, no fornecimento de água potável e no racionamento de eletricidade. O governo declarou alerta vermelho em 20 das 24 províncias do país.
A seca já provocou 3.300 incêndios florestais este ano, resultando na destruição de quase 38.000 hectares de vegetação e deixando um saldo de 14 pessoas feridas e quase 800 afetadas. A situação é alarmante e requer medidas urgentes para conter os incêndios e a crise que assola o Equador.