Entre os acusados, o mais jovem é um militar que, na época dos crimes, tinha apenas 21 anos. Hoje, aos 26, ele confessou ter violentado Gisèle em duas ocasiões. A primeira delas teria ocorrido em novembro de 2019, no dia do nascimento de sua própria filha. O réu, nascido na Guiana, relata que foi ao encontro do casal e da vítima em um terrível episódio de abuso.
Outro acusado, um trabalhador rural de 37 anos, alegou não ter percebido que Gisèle estava dopada quando praticou sexo com ela. Segundo seu relato, ele foi abordado por Dominique Pelicot em um bar, que propôs um encontro “libertino” com a esposa. Diante de problemas familiares e o vício em álcool e drogas, o réu aceitou a proposta e acabou cometendo o ato.
Dentro do tribunal, um dos réus de 44 anos reconheceu que nunca teve o consentimento de Gisèle para manter relações sexuais com ela. Em um momento de emoção, ele pediu desculpas à vítima por seu papel neste “pesadelo”, ressaltando a gravidade de seus atos.
O próprio Dominique Pelicot, acusado de ser o mentor por trás do esquema de estupros, admitiu recentemente ser um “estuprador” e que Gisèle não merecia o sofrimento que passou. O depoimento dele é considerado crucial para o desfecho do julgamento, que já tem causado comoção em toda a França.
Com o caso tornando-se um símbolo da violência sexual e do abuso de drogas para cometer agressões, o debate sobre consentimento e submissão química foi reacendido no país europeu. Milhares de pessoas têm se manifestado em apoio à vítima, mostrando como a sociedade está atenta e engajada na luta contra esse tipo de crime abominável.