Repórter Recife – PE – Brasil

Talibãs manifestam desejo de se aproximar dos Brics antes da cúpula na Rússia, buscando ampliar relações econômicas e comerciais.

Os talibãs, que atualmente governam o Afeganistão sem o reconhecimento oficial de nenhum país do mundo, demonstraram na noite de terça-feira o interesse em se aproximar dos Brics, um mês antes da cúpula do bloco na Rússia.

O porta-voz adjunto do governo, Hamdullah Fitrat, afirmou em coletiva de imprensa que os países associados aos Brics, como Rússia, Índia e China, são detentores de recursos importantes e possuem as maiores economias do mundo. Fitrat ressaltou as boas relações econômicas e comerciais que o Afeganistão mantém com esses países e expressou o desejo de expandir essas relações, além de participar dos fóruns econômicos dos Brics.

A cúpula dos Brics está agendada para ocorrer de 22 a 24 de outubro em Kazan. Inicialmente formado por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco ganhou a adesão da África do Sul em 2010 e expandiu-se este ano para incluir diversos outros países em desenvolvimento, como Egito e Irã.

Questionado pela Agence France-Presse (AFP) sobre a participação do Afeganistão na cúpula dos Brics e em qual nível seria representado, o Ministério das Relações Exteriores afegão declarou não ter informações a respeito.

Após mais de três anos desde que os talibãs retomaram o poder, o Emirado Islâmico do Afeganistão busca quebrar o isolamento se aproximando de países como Rússia, China, Índia e as repúblicas da Ásia Central, principalmente por meio de trocas econômicas e comerciais. A Rússia anunciou em maio a intenção de retirar os talibãs de sua lista de organizações terroristas, evidenciando esse movimento de aproximação.

Em julho, o presidente russo Vladimir Putin declarou considerar os talibãs como “aliados na luta contra o terrorismo”, reforçando a mudança na percepção em relação ao grupo. Essa nova postura do Afeganistão em relação aos Brics e ao cenário internacional promete trazer desdobramentos significativos para a geopolítica regional.

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