Repórter Recife – PE – Brasil

Cursos de estética sem exigência de formação médica preocupam Conselho Federal de Medicina em nova pesquisa divulgada.

Recentemente, um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) trouxe à tona uma situação preocupante no campo da estética no Brasil. De acordo com os dados apresentados, dos mais de 3.500 cursos de estética cadastrados no Sistema de Regulação do Ensino Superior (e-MEC) do Ministério da Educação, 98% não exigem dos participantes formação em medicina. Isso significa que boa parte das aulas ministradas nesses cursos ensinam técnicas invasivas e de risco, como a aplicação de fenol e de polimetilmetacrilato (PMMA), sem a devida qualificação médica.

O número de vagas oferecidas por esses cursos ultrapassa 1,4 milhão, sendo que 81% delas estão vinculadas ao ensino à distância. Essa realidade ganhou destaque em junho, quando a influencer Natalia Becker, dona de uma clínica de estética em São Paulo, foi acusada da morte do empresário Henrique Chagas. Natalia admitiu ter feito um curso à distância para aplicar um procedimento conhecido como peeling de fenol.

Diante desse cenário preocupante, o CFM convocou o II Fórum do Ato Médico, que resultou na aprovação de um pacto em favor da segurança do paciente e em defesa do ato médico. Esse pacto, assinado por membros dos Três Poderes, Ministério Público, entidades médicas e órgãos de defesa do consumidor, visa combater a proliferação de cursos de estética para não médicos e a prática ilegal do exercício da medicina.

A Lei do Ato Médico, que prevê que procedimentos invasivos devem ser realizados exclusivamente por médicos, busca garantir a segurança dos pacientes e evitar exposições a riscos desnecessários. A aplicação do PMMA em procedimentos estéticos tem gerado cada vez mais complicações, levando a casos graves como a morte de uma influencer em Brasília após um preenchimento labial.

Diante desse contexto, o CFM reforça a importância de buscar profissionais qualificados para realização de procedimentos estéticos invasivos, que devem ser precedidos de consulta médica e exames específicos. Além disso, é fundamental garantir que esses procedimentos sejam realizados em ambientes adequados, que cumpram as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do CFM.

Em meio a essa realidade preocupante, é essencial que os pacientes estejam cientes dos riscos envolvidos em procedimentos estéticos invasivos e busquem sempre profissionais qualificados e devidamente registrados. A segurança e a saúde dos pacientes devem ser a prioridade em qualquer procedimento estético, garantindo que as técnicas aplicadas sejam seguras e realizadas por profissionais capacitados.

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