Diplomatas brasileiros abandonam Assembleia Geral da ONU antes do discurso de Netanyahu em protesto contra ações militares de Israel

Durante a Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira, os diplomatas que compõem a Missão do Brasil na Organização das Nações Unidas não estiveram presentes para assistir ao discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. De acordo com membros do governo brasileiro, a comitiva brasileira se retirou antes mesmo de Netanyahu ser chamado para fazer seu pronunciamento.

Normalmente, o Brasil costuma acompanhar todos os discursos dos presidentes no plenário da Assembleia Geral, que foi aberta pelo presidente Lula no início da semana. A retirada da sala antes do início do discurso é vista como uma forma de protesto mais branda do que sair durante a fala em si. Durante o discurso de Netanyahu, diversos países árabes também deixaram o espaço, em meio a tensões na região.

Israel está envolvido em um conflito com o Hamas na Faixa de Gaza há quase um ano e recentemente iniciou ataques ao Líbano em confrontos contra o Hezbollah. No discurso, o primeiro-ministro de Israel afirmou que o país está vencendo a guerra contra seus inimigos regionais e ameaçou retaliar qualquer ataque do Irã.

Netanyahu justificou as ações militares israelenses como resposta a um atentado sofrido pelo país, relacionando toda a crise de segurança no Oriente Médio ao Irã. O premier pediu ajuda da comunidade internacional para conter os avanços iranianos na região.

Enquanto o discurso acontecia, as hostilidades continham no solo, com as Forças Armadas de Israel realizando bombardeios no Líbano e na Síria. Após o pronunciamento, Israel atingiu o principal quartel-general do Hezbollah no sul da capital libanesa.

O discurso de Netanyahu era aguardado com expectativa por representantes que buscavam maneiras de atenuar as tensões regionais. No entanto, o premier não demonstrou sinal de moderação, prometendo que as operações contra o Hezbollah no Líbano continuarão enquanto houver ameaça do movimento xiita.

Em um cenário de crescentes conflitos no Oriente Médio, o discurso de Netanyahu na ONU refletiu a postura firme e desafiadora de Israel diante de seus inimigos regionais. A comunidade internacional agora aguarda os próximos desdobramentos desses conflitos e a possibilidade de uma escalada ainda maior nas tensões na região.

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