Nesta que foi sua primeira viagem à fronteira, Kamala desembarcou no Arizona, um estado crucial para as eleições que se aproximam. Durante sua visita, não agendada, ela caminhou ao lado de oficiais da patrulha na cerca que separa os Estados Unidos do México e conversou com eles por alguns minutos. A vice-presidente destacou a importância do trabalho árduo realizado pelos oficiais e se comprometeu a oferecer o apoio necessário para que continuem desempenhando suas funções adequadamente.
Em seu discurso programado para hoje na cidade de Douglas, Kamala deverá abordar a necessidade de medidas de segurança mais rígidas no sul do país, ao mesmo tempo em que se compromete com o desenvolvimento de um sistema de imigração humanitário.
A democrata denunciará a falta de resposta de Donald Trump ao desafio migratório durante seu mandato, assim como suas tentativas recentes de inviabilizar soluções apoiadas por ambos os partidos no Congresso. Ela enfatizará a importância de um presidente preocupado com a segurança fronteiriça e não com jogos políticos.
Por sua vez, o deputado republicano Tony Gonzales divulgou números alarmantes do Departamento de Segurança Nacional, indicando a presença de mais de 425 mil estrangeiros sem cidadania americana e com antecedentes criminais no país, incluindo cerca de 13 mil condenados por homicídio. Trump, por sua vez, utilizou esses dados para criticar Kamala, sugerindo que essas pessoas teriam cruzado a fronteira ilegalmente durante a gestão de Biden e Harris.
No entanto, especialistas alertam que essas estatísticas não fornecem informações sobre há quanto tempo esses indivíduos estão nos Estados Unidos, podendo ser décadas. Aaron Reichlin-Melnick, do Conselho de Imigração Americano, destacou que muitos imigrantes sem cidadania viviam nos EUA durante a presidência de Trump, sendo sua permanência dificultada por questões diplomáticas com seus países de origem.
A retórica migratória tem sido um dos pontos fracos de Trump, que busca minar a credibilidade de Kamala em relação a este tema, especialmente diante do aumento no número de cruzamentos de fronteira ilegais durante o governo democrata. O republicano tem atacado as iniciativas do governo Biden que facilitam a entrada de imigrantes no país, como a possibilidade de solicitar entrevistas por meio de um aplicativo de celular e um programa que permite a chegada de milhares de pessoas de determinadas nacionalidades mensalmente, desde que tenham um patrocinador para cobrir suas despesas.
Kamala Harris, por sua vez, segue firme em seu compromisso de equilibrar as questões de segurança e humanitárias na política migratória dos Estados Unidos, enquanto Trump busca explorar essa questão para conquistar eleitores indecisos nos estados-chave que definirão o resultado das eleições. A atuação da vice-presidente nesta área continuará sendo objeto de debates e análises à medida que a campanha eleitoral avança.