Repórter Recife – PE – Brasil

Supremo Tribunal Federal proíbe uso de recursos públicos para celebrar golpe de 1964 em quartéis das Forças Armadas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu uma decisão histórica esta semana, determinando que recursos públicos não podem mais ser utilizados para financiar eventos de promoção ao golpe militar de 1964. A decisão foi tomada por 8 votos a 3 em um julgamento virtual que teve seu desfecho no último dia 6 e foi divulgado pelo site oficial da Corte nesta sexta-feira (27).

A ação que motivou essa importante decisão foi protocolada pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), com o objetivo de manter a decisão da primeira instância que proibia o governo do então presidente Jair Bolsonaro de exaltar o golpe militar nos quartéis das Forças Armadas. Em 2020, o Ministério da Defesa havia determinado a promoção da Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964, para “comemorar” os 56 anos do golpe militar.

A ministra Gilmar Mendes foi o responsável por proferir o voto seguido pela maioria dos ministros do STF. Para Mendes, a Constituição de 1988 não permite o enaltecimento de golpes militares, e a comemoração desses eventos constitui um ato lesivo ao patrimônio imaterial da União. Ele ressaltou que a utilização de recursos públicos para promover eventos em celebração ao golpe de 1964 vai contra os princípios democráticos estabelecidos na Constituição e busca legitimar um regime ditatorial em oposição aos valores democráticos vigentes.

Com a decisão, foi estabelecida uma tese de julgamento que deverá ser aplicada em todos os casos semelhantes que estão em tramitação em todo o país. O relator do caso, ministro Nunes Marques, e os ministros Dias Toffoli e André Mendonça rejeitaram o recurso por questões processuais, mas a decisão do STF permanece válida e representativa.

Essa decisão histórica do STF reforça o compromisso do Brasil com a democracia e com a preservação dos valores constitucionais, impedindo que recursos públicos sejam utilizados para enaltecer eventos autoritários do passado. É um marco importante na história do país e uma vitória para todos que lutam pela memória e pela verdade.

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