Treinamento de harmonização facial com cadáveres frescos choca internautas e gera debate sobre práticas estéticas e escassez de corpos

A harmonização facial está se tornando cada vez mais popular entre as celebridades, e as redes sociais estão repletas de conteúdo sobre o procedimento estético. No entanto, uma polêmica recente envolvendo o uso de cadáveres em treinamentos para profissionais que realizam essa técnica chamou a atenção e viralizou nas redes sociais.

A tatuadora Helen Fernandes, conhecida como Malfeitona, gerou espanto entre os internautas ao revelar que o treinamento para harmonização facial envolve o uso de cadáveres “fresh frozen”, congelados de forma fresca. Essa prática de utilizar cadáveres em cursos de estética é mais comum em centros ligados à saúde, como universidades, para fins de estudo e pesquisa.

No Brasil, a legislação permite a doação de cadáveres não reclamados por familiares até 30 dias após o óbito, além da possibilidade de a pessoa declarar em vida a vontade de doar seu corpo para a ciência. No entanto, a utilização de cadáveres em cursos de harmonização facial tem gerado controvérsias, especialmente em um momento em que faculdades de medicina enfrentam dificuldades com a falta de corpos para estudos anatômicos.

Dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontam para a falta de corpos disponíveis para os alunos, com recomendações de um corpo para cada dez estudantes. A escassez de cadáveres também foi identificada em outras instituições de ensino médico, como mostrou um levantamento da BBC com as 30 universidades mais bem avaliadas do país.

Diante desse cenário, a utilização de cadáveres em cursos de harmonização facial levanta questionamentos éticos e morais sobre a prática. À medida que a demanda por esse tipo de procedimento estético cresce, é fundamental avaliar se os métodos de treinamento são condizentes com os princípios éticos da profissão e da sociedade como um todo.

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