Situação de emergência em 15 municípios do Amazonas devido à severa estiagem afeta mais de 100 mil pessoas. Estiagem deve se intensificar no próximo mês.

A estiagem severa que afeta o Amazonas já deixou 15 municípios em situação de emergência. De acordo com a Defesa Civil do estado, essas cidades estão localizadas nas calhas dos rios Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões, que são as áreas mais afetadas pela baixa das águas. Além disso, outros 40 municípios estão em estado de alerta e cinco em atenção. Nesse cenário, cerca de 111 mil pessoas já estão sendo afetadas.

Os especialistas preveem que o problema deve se agravar ainda mais no próximo mês, quando a seca deverá ser mais intensa. Segundo a Defesa Civil, a estiagem deste ano promete ser prolongada e mais intensa devido à influência do fenômeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva. Estima-se que até dezembro, cerca de quinhentas mil pessoas poderão ser atingidas pelos efeitos da estiagem no Amazonas.

Além do El Niño, outros fatores estão contribuindo para a falta de chuva na região. O Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) explica que o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, acima da linha do Equador, também está inibindo a formação de nuvens e reduzindo o volume de chuvas na Amazônia. Esse clima mais quente dificulta ainda mais a formação de nuvens de chuva na região.

Diante dessa situação preocupante, o governo do Amazonas está tomando medidas para ajudar as famílias afetadas. Estão sendo realizadas ações nos setores de saúde e abastecimento de água, além da distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal e renegociação de dívidas. Também está sendo oferecido apoio para os produtores rurais.

Para reforçar essas ações, o governo federal anunciou a criação de uma força-tarefa. O objetivo é intensificar as medidas que já estão sendo tomadas pelo governo estadual para enfrentar os impactos da estiagem no Amazonas. A força-tarefa irá ampliar a ajuda humanitária, com envio de cestas básicas e água, além de combater o desmatamento e os incêndios na região sul do estado.

O problema da seca no Amazonas também está afetando a navegação nos rios da região, que estão com níveis cada vez mais baixos. Visando solucionar esse problema, o governo federal anunciou a liberação de R$ 140 milhões para a dragagem dos rios Madeira e Solimões. Esses rios são fundamentais para o escoamento de cargas e produtos da região, inclusive para a Zona Franca de Manaus, além de serem importantes vias de trânsito de pessoas.

Com a liberação dos recursos, será possível realizar a dragagem de oito quilômetros do Rio Solimões, entre os municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, no extremo oeste do Amazonas. Essa medida pretende combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca que atinge os estados do Amazonas e Rondônia.

Em suma, a estiagem severa no Amazonas está se intensificando e já afeta diversos municípios. As previsões indicam que até dezembro, quinhentas mil pessoas podem ser atingidas pelos efeitos da seca. Diante desse cenário, o governo estadual está adotando medidas para ajudar as famílias afetadas, enquanto o governo federal cria uma força-tarefa para reforçar as ações. Além disso, o baixo nível dos rios está prejudicando a navegação, e por isso serão investidos recursos na dragagem dos rios Madeira e Solimões.

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