Solidão indesejada aumenta risco de desenvolver Parkinson em 37%, aponta estudo publicado na revista JAMA Neurology.

A solidão indesejada tem se mostrado cada vez mais prejudicial à saúde, e uma pesquisa recente publicada na revista JAMA Neurology revela mais uma correlação preocupante. De acordo com o estudo, a solidão está associada a um maior risco de desenvolver a doença de Parkinson, uma condição degenerativa incurável.

Numerosos estudos já haviam evidenciado os impactos negativos da solidão na saúde, chegando até mesmo a aumentar o risco de desenvolvimento de outras doenças que podem levar à mortalidade em até 30%. No entanto, até então, poucos trabalhos haviam investigado a relação entre a solidão e o Parkinson.

A pesquisa, conduzida por Antonio Terracciano, geriatra da Universidade do Estado da Flórida, analisou durante 15 anos um total de 491.603 participantes acima de 50 anos de um biobanco no Reino Unido. Todos foram questionados sobre sua frequência de sentimentos de solidão. Ao final do estudo, os resultados indicaram que aqueles que relataram se sentir solitários tinham 37% mais chances de desenvolver Parkinson.

O estudo também levou em consideração outros fatores demográficos, como nível socioeconômico e predisposição genética, e ainda assim a correlação entre solidão e Parkinson se manteve. No entanto, foram identificados dois fatores que podem reduzir essa probabilidade: o estado mental saudável e a ausência de condições crônicas. Isso sugere que a solidão pode estar relacionada ao Parkinson por meio de vias metabólicas, inflamatórias e neuroendócrinas.

A pesquisa também ressaltou outra descoberta importante: a variável de gênero não influencia na probabilidade de desenvolver Parkinson quando se trata de solidão. Embora a maioria das pessoas que se sentem solitárias sejam mulheres, os resultados mostraram que homens e mulheres têm a mesma chance de desenvolver a doença.

Os resultados do estudo do Dr. Terracciano se alinham a outros que indicam que a solidão está associada a um maior risco de demência e outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. No entanto, a pesquisa ainda não oferece conclusões sobre as causas subjacentes a essa correlação. Além disso, especialistas destacam a importância de compreender se a solidão é uma causa ou consequência do Parkinson.

Apesar disso, o estudo é relevante por ser o primeiro a investigar essa correlação específica com o Parkinson. A comunidade médica reconhece a importância do aspecto emocional na prevenção ou retardamento da doença, e reforça que cultivar relacionamentos saudáveis e buscar apoio social pode ser benéfico para a saúde geral.

No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender completamente essa relação complexa entre a solidão e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, incluindo o Parkinson. Enquanto isso, especialistas recomendam que se busque um equilíbrio emocional e se mantenha uma vida social ativa para minimizar os impactos negativos da solidão na saúde.

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