A decisão do Tribunal de Justiça vai contra a conclusão da Polícia Civil, que encerrou o caso sem indiciar nem o ator, nem o motorista Diones Coelho, pois ficou comprovado que ele dirigia dentro da velocidade permitida. No entanto, o promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva, do Ministério Público do Rio, assinou uma manifestação defendendo a responsabilização de Bruno de Luca e enviou o documento para o Tribunal de Justiça no dia 11 de outubro.
O delegado Ângelo Lages, da 16ª DP (Barra da Tijuca), preferiu não comentar a decisão do promotor.
Relembrando o caso, Kayky estava em um quiosque com Bruno na madrugada do dia 2 de setembro. Ele saiu para buscar algo em seu carro, estacionado do outro lado da rua, e ao voltar atravessou correndo fora da faixa de pedestres e foi atropelado por um carro conduzido por um motorista de aplicativo. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento do acidente e a reação de Bruno, que teria abandonado o local sem prestar socorro.
Em um primeiro momento, o ator afirmou não saber que a vítima era Kayky e disse que, devido ao trauma daquele dia, não conseguia se lembrar dos detalhes. Kayky ficou internado no Hospital Copa D’Or, na Zona Sul, por 25 dias até receber alta.
O delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP, decidiu não indiciar Bruno de Luca por omissão de socorro, alegando que o “dever legal” do pedido de socorro era do motorista, que chamou as autoridades. No entanto, o promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva discorda dessa decisão e reforça a responsabilidade de Bruno no socorro da vítima.
Além disso, o promotor questiona se Kayky irá representar contra o motorista Diones Coelho por lesão corporal culposa. Caso o ator não demonstre interesse, não haverá denúncia contra ele. No entanto, se optar por representar, o motorista poderá responder pelo crime, agravado por ser motorista profissional.