Para se ter uma noção da gravidade da situação, o recorde de nível mais alto já registrado foi de 30,02 metros em junho deste ano. Atualmente, alguns rios do estado parecem mais estradas de barro, com bolsões de água e embarcações atoladas.
Os efeitos da estiagem são sentidos em todo o Amazonas. Segundo o último boletim do governo estadual, 59 dos 62 municípios estão em situação de emergência, com um em alerta e dois em normalidade. Ainda de acordo com o boletim, cerca de 146 mil famílias foram afetadas, o que representa aproximadamente 590 mil pessoas.
Diante dessa situação crítica, a Marinha brasileira, em uma ação conjunta com o Exército e autoridades locais, distribuiu mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral em municípios da região do Alto Solimões. A distribuição começou em Tabatinga, próximo à fronteira com a Colômbia e o Peru, e deve percorrer diversas outras localidades afetadas.
Segundo a Marinha, o Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles é o principal meio de transporte para a distribuição desses suprimentos essenciais na região. São previstos 1.350 quilômetros de percurso, passando por municípios como Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
O capitão de fragata Ricardo Sampaio Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga, ressalta a importância dessa operação diante da situação de fragilidade que as comunidades ribeirinhas estão enfrentando devido às dificuldades de abastecimento.
Além disso, o Ministério da Saúde destinou uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas em razão da estiagem. Na semana passada, foram enviados sete kits calamidade, contendo medicamentos e insumos suficientes para atender aproximadamente 10,5 mil pessoas por até um mês.
Na tentativa de buscar uma solução para essa seca histórica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na última quinta-feira (19). Os dois líderes discutiram a questão da estiagem que assola a Amazônia.
Em meio a essa grave situação, a população do Amazonas enfrenta desafios para garantir suas necessidades básicas, como água potável e alimentos. As ações do governo e das autoridades locais são essenciais para mitigar os impactos sociais e econômicos causados por essa estiagem prolongada. A situação exige a mobilização de recursos e esforços para garantir assistência às comunidades afetadas e buscar soluções para a crise hídrica na região amazônica.