Faixa de Gaza sofre 16 anos de retrocesso e Nações Unidas alertam para consequências econômicas do conflito Israel-Hamas.

A Faixa de Gaza tem enfrentado um retrocesso significativo em seu desenvolvimento ao longo dos últimos 16 anos, de acordo com um relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta quarta-feira. O relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) ressalta que a economia de Gaza tem sido “asfixiada” ao longo dos anos, e antes mesmo do recente conflito entre Israel e o Hamas, cerca de 80% da população já dependia de ajuda internacional.

Desde 2007, quando o movimento islâmico Hamas assumiu o controle de Gaza, Israel tem bloqueado o território de 2,4 milhões de habitantes por terra, mar e ar. Esse bloqueio tem prejudicado severamente a economia e o potencial humano do território.

Embora o relatório se concentre principalmente em 2022, os representantes da Unctad mencionaram em uma coletiva de imprensa o conflito desencadeado pelo ataque do Hamas no último dia 7. As consequências econômicas dessa crise humanitária atual em Gaza ainda não podem ser determinadas, mas serão necessários “dezenas de bilhões de dólares” para reparar a economia da Faixa, afirma Richard Kozul-Wright, diretor da divisão de estratégias de globalização e desenvolvimento da Unctad.

O relatório destaca que o ano de 2022 foi um dos piores para os palestinos na história recente, e que 2023 se configura para ser ainda pior. A ajuda internacional à economia palestina diminuiu significativamente, caindo de US$ 2 bilhões em 2008 para US$ 550 milhões em 2022. Isso tem sérias ramificações econômicas para o território.

Além disso, a economia palestina também foi duramente atingida pela pandemia. O PIB per capita em 2022 era 8,6% inferior ao de 2019, com uma queda ainda maior de 11,7% em Gaza. A taxa de desemprego na Faixa de Gaza era de 45%, enquanto na Cisjordânia era de 13%.

Diante desse cenário crítico, a Unctad pede o fim do “círculo vicioso de destruição e permanência parcial” e a negociação de uma solução de consolidação baseada no direito internacional.

É evidente que a situação em Gaza é extremamente preocupante e demanda atenção urgente da comunidade internacional. A continuidade do bloqueio e as consequências econômicas devastadoras estão agravando ainda mais a crise humanitária na região. É crucial que sejam tomadas medidas significativas para ajudar a população de Gaza e buscar uma solução duradoura para o conflito israelense-palestino.

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