De acordo com Rehem, o principal obstáculo para a implementação de políticas públicas em saúde está relacionado a acordos políticos e disponibilidade de financiamento. Ele destacou que, no Brasil, a regionalização, entendida como construção de redes regionais de saúde, depende de acordo político, o que torna o processo ainda mais complexo.
Para facilitar o processo, Rehem sugeriu que o Estado demonstre disposição para abrir um diálogo com os municípios. Ele também mencionou a inclusão dos próprios prestadores de serviços no processo, o que tem ocorrido em São Paulo, abrangendo prestadores públicos e filantrópicos.
Durante o seminário, Sergio Venturini, conselheiro de saúde da região Emília Romagna, na Itália, também abordou os desafios enfrentados na saúde. Ele destacou as listas de espera para atendimento, a crise das profissões de saúde e a migração de profissionais como obstáculos à universalização dos serviços de saúde. Venturini mencionou ainda as interferências humanas no meio ambiente e a crise climática, que contribuem para a incidência de doenças não transmissíveis.
Por fim, Venturini ressaltou a importância de se discutir a saúde planetária, que considera a relação entre saúde e meio ambiente. Ele argumentou que é necessário ter mais interesse por esse tema, especialmente em um cenário de aquecimento global, desmatamento, escassez de água e poluição do ar.
O seminário internacional trouxe à tona questões importantes sobre a estruturação de redes regionais de saúde e os desafios enfrentados nesse processo. A implementação de políticas públicas em saúde depende não apenas de acordos políticos, mas também de financiamento adequado. Além disso, é fundamental considerar os impactos do ser humano no meio ambiente e a crise climática na saúde da população. Esses debates são essenciais para garantir uma saúde de qualidade para todos.