O candidato opositor Carlos Fernando Galán, do Novo Liberalismo, venceu as eleições de Bogotá logo no primeiro turno, com mais de 40% dos votos. Gustavo Bolívar, apoiado por Petro, ficou em terceiro lugar, com 18,7%. Esses resultados também se repetiram em outras cidades, como Medellín, Barranquilla e Valle del Cauca.
Analistas concordam que os escândalos envolvendo a família de Petro, os problemas para chegar a um acordo de paz com grupos armados e o aumento da violência atribuída a guerrilheiros e traficantes tiveram um grande impacto no resultado das eleições.
As eleições foram uma avaliação do governo de Petro, segundo Mauricio Velasquez, professor da Escola de Governo da Universidade de los Andes. Petro viu seu desgaste em termos de imagem, uma vez que obteve apenas 58% dos votos da capital na eleição presidencial do ano passado, enquanto em 2019 a cidade elegeu a primeira mulher abertamente lésbica, Claudia López Hernández, derrotando Galán.
A disputa em torno da construção do metrô de Bogotá, na qual Petro estava envolvido, também teve impacto nas eleições. Claudia López, que apoiava o projeto, acabou perdendo o apoio de Petro devido a divergências em relação à obra.
Em Medellín, onde Petro contava com o apoio do prefeito Daniel Quintero, o candidato de direita Federico Gutíerrez venceu as eleições com um discurso de oposição ao “governo de mudança” de Petro. Esse resultado se repetiu também na eleição do governador, com a vitória de Andrés Julián Rendón, também de direita.
Apesar das derrotas, o Pacto Histórico, a coalizão de governo de Petro, teve resultados positivos em seis dos 32 departamentos do país. Consciente dos efeitos políticos que as eleições podem ter para seu governo, Petro ressaltou as vitórias, destacando o avanço das forças de governo no oeste da Colômbia.
Petro afirmou estar disposto a dialogar com todos os políticos eleitos e a realizar projetos conjuntos. Resta saber qual será o efeito dessa aproximação e se suas derrotas podem ser revertidas.