Primeiro-ministro libanês faz tudo possível para evitar guerra entre Israel e Hamas e conflito regional

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou em entrevista à AFP nesta segunda-feira que está fazendo tudo o que é possível para evitar que o Líbano entre na guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas. Mikati destacou que está cumprindo com o seu dever para evitar que o país seja envolvido no conflito e impedir uma escalada regional.

Desde o início da guerra, iniciada após o ataque sem precedente do Hamas em território israelense em 7 de outubro, o Hezbollah, que é pró-iraniano, tem reivindicado trocas de tiros quase diárias contra Israel a partir do sul do Líbano e tem declarado apoio ao Hamas. Mikati ressaltou que o Líbano está no olho do furacão e que não pode descartar uma escalada.

No entanto, o primeiro-ministro não estava em condições de afirmar se o Hezbollah pretende se envolver em uma nova guerra com Israel. Ele destacou que tudo está relacionado com a evolução na região e que, na falta de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, os riscos de uma escalada regional são grandes. Os analistas acreditam que uma intensificação da intervenção israelense na Faixa de Gaza poderia levar o Hezbollah a se envolver mais abertamente.

Mikati também comentou sobre a importância da mediação do Catar para tentar impedir uma guerra entre Israel e Hamas. Ele destacou que o Catar desempenha um papel muito importante, principalmente na mediação em curso, e que quase teve sucesso na sexta-feira, mas foi sabotada pelas operações terrestres israelenses em Gaza. Atualmente, o Catar está tentando retomar as negociações para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros.

Além disso, o primeiro-ministro ressaltou a urgência de eleger um presidente para o Líbano, já que o país está mergulhado em uma crise econômica que levou a maioria da população para a pobreza. Desde o final do mandato de Michel Aoun, em outubro de 2022, os deputados não conseguiram designar um sucessor e o Parlamento está dividido entre o campo do Hezbollah e seus adversários.

Mikati destacou que os libaneses já viveram muitas guerras ao longo das gerações e que é necessário eleger um chefe de Estado o quanto antes para superar essa crise. Ele expressou preocupação com o caos na segurança que pode se estender a todo o Oriente Médio caso haja uma escalada do conflito.

Completando 24 dias, a guerra já deixou milhares de mortos e o Hamas se disse disposto a libertar os reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel. A situação na região é tensa e as negociações para um cessar-fogo e uma solução diplomática continuam.

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