A maioria dos afegãos decidiu partir por conta própria antes de serem detidos em centros prisionais e, consequentemente, deportados. O governo da província de Khyber Pakhtunkhwa, onde vive a maioria dos afegãos, informou que mais de 129.000 pessoas deixaram o país através do posto fronteiriço de Torkham, principal ponto de travessia entre os dois países.
Outros 38.100 migrantes passaram por Chaman, na província do Baluchistão. No dia 2 de novembro, apenas na quarta-feira, 28.000 pessoas atravessaram a passagem de Torkham, o que levou os funcionários paquistaneses a trabalharem até tarde da noite para evitar a paralisação da longa fila de veículos.
Ao chegarem do outro lado da fronteira, todas as pessoas tiveram que se registrar frente às autoridades afegãs, que ficaram sobrecarregadas com a repentina onda de refugiados. Segundo Abdul Nasir Khan, funcionário administrativo do distrito, muitos afegãos em situação irregular chegaram em massa a Torkham devido à data-limite estabelecida pelo governo paquistanês. Ele afirmou que ainda é possível voltar voluntariamente, mas atualmente há apenas 1.000 pessoas na fronteira.
Essa migração em larga escala gera preocupações sobre a estabilidade do Afeganistão, já que muitos desses retornados podem enfrentar dificuldades para se reintegrarem à sociedade e reconstruírem suas vidas. Além disso, o país já enfrenta desafios sociais e econômicos significativos.
Neste contexto, é fundamental que sejam estabelecidos mecanismos e políticas para garantir a proteção dos direitos desses migrantes, assim como sua inclusão social e econômica. Somente com a cooperação e ações concretas dos governos envolvidos será possível lidar com os desafios e buscar soluções sustentáveis para as questões migratórias.