Denominada de “GLO do Mar”, a operação tem como objetivo principal atuar nos portos e aeroportos, sendo considerada uma ampliação das ações de combate ao tráfico de armas e drogas e outros tipos de crimes. A missão está delimitada pelo Decreto 11.765, assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na última quinta-feira (1º).
A decisão de decretar a GLO foi tomada após episódios marcantes envolvendo a segurança pública no Rio de Janeiro. Operações das polícias civil e militar contra lideranças do Comando Vermelho resultaram na execução de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca. Além disso, armas furtadas do Exército foram encontradas na capital fluminense e houve uma onda de ataques na zona oeste da cidade.
A atuação da Marinha dentro da missão de GLO se dá através da operação Lais de Guia, que permite o emprego de tropas em ações específicas nos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí e de Santos, além dos aeroportos internacionais de Guarulhos e do Galeão. O vice-almirante destaca que, apesar de a patrulha da Marinha não alcançar a costa do Complexo da Maré, movimentações de criminosos serão detectadas, pois qualquer trânsito na Baía de Guanabara passa obrigatoriamente pela área de atuação da operação.
Outro ponto relevante da missão é a inclusão do Porto de Santos, em São Paulo, e não do Porto de Paranaguá, no Paraná. Isso se dá devido à interligação existente entre o crime organizado que atua nos dois portos, sendo que boa parte do comércio marítimo passa pelo Porto do Rio de Janeiro.
As Garantias da Lei e da Ordem são previstas na Constituição Federal como ações das Forças Armadas que atuam com poder de polícia em situações graves de perturbação da ordem. Desde 1992, já foram realizadas 145 missões de GLO no país, com foco na segurança pública em greves de policiais militares, grandes eventos e processos eleitorais.
A nova missão, concentrada em três portos e dois aeroportos, ocorrerá até 3 de maio de 2024, sem interferência na atuação das forças de segurança dos estados. Um comitê de acompanhamento das ações de segurança foi instalado, sob a coordenação dos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Mucio.
De forma articulada, a Marinha trabalhará em conjunto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Nacional de Transportes Aquaviários e Receita Federal nos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí e de Santos. As atividades já estão sendo desenvolvidas, com operações de vasculhamento e inspeção nos principais portões dos portos.
