Termos embaixador peruano propôs retirar país do sistema interamericano de direitos humanos devido a suposto viés esquerdista.

O governo do Peru nomeou um novo ministro de Relações Exteriores nesta terça-feira (7), substituindo Ana Cecilia Gervasi, que renunciou na segunda-feira às vésperas de sua convocação no Congresso. A ex-chefe da diplomacia foi convocada para dar explicações sobre o encontro bilateral frustrado entre a presidente Dina Boluarte e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na semana passada. A controvérsia em torno desse encontro frustrado gerou discordâncias tanto da esquerda quanto da direita no Congresso, com membros culpando a ex-chanceler por tê-los enganado para obter autorização para a viagem de Boluarte, sob pretexto de uma reunião protocolar com Biden.

O novo chanceler nomeado é o acadêmico conservador Javier González-Olaechea, que assumiu o cargo durante uma cerimônia presidida por Boluarte no Palácio do Governo. Conhecido por suas posições conservadoras, González-Olaechea sugeriu em algum momento retirar o Peru do sistema interamericano de direitos humanos devido a um suposto viés ideológico de esquerda.

A situação gerou ainda mais polêmica devido ao fato de Biden ter recebido no Salão Oval da Casa Branca os presidentes da República Dominicana, Luis Abinader, e do Chile, Gabriel Boric, mas não ter recebido Boluarte. O governo peruano não esclareceu se Biden teve uma conversa separada com a presidente peruana, mas divulgou fotos em que Boluarte aparece caminhando com Biden em um corredor da Casa Branca. Um funcionário do alto escalão da Casa Branca disse à AFP em Washington que os dois presidentes “tiveram uma conversa substancial separada durante a Apep”.

A mudança no comando do Ministério das Relações Exteriores do Peru reflete a tentativa do governo em superar a polêmica em torno do encontro frustrado entre Boluarte e Biden. A nomeação de González-Olaechea como o novo chanceler sinaliza um movimento conservador por parte do governo peruano. Resta aguardar para ver como essa mudança afetará as relações do país com os Estados Unidos e com outros parceiros internacionais.

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