A controvérsia aumentou após Zonshine participar de uma reunião na Câmara ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e membros da bancada do PL, principais opositores à atual gestão. Esta reunião resultou em uma onda de reações entre governistas, com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chamando o encontro de “aliança espúria”. O vice-líder do governo Lula no Congresso, deputado federal Lindbergh Faria (PT-RJ), foi mais além e pediu a expulsão do embaixador.
Em meio a estas tensões, Zonshine também atribuiu o interesse de integrantes do grupo terrorista Hezbollah no Brasil à busca por apoiadores no país. A Polícia Federal prendeu dois suspeitos de preparar ataques a entidades judaicas e sinagogas em território brasileiro, resultando em críticas de aliados do governo.
Esta não é a primeira vez que embaixadores de Israel no Brasil geram polêmicas. Em 2015, a nomeação do embaixador Dani Dayab foi rejeitada pela então presidente Dilma Rousseff devido ao seu histórico como líder do Conselho Yesha, que representa colonos israelenses em territórios palestinos considerados ilegais pelo direito internacional.
Em outro episódio controverso, o embaixador Yossi Shelley, conhecido por seu temperamento explosivo, se aproximou do presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, uma foto do ex-presidente e do diplomata em um almoço repercutiu negativamente, com a imagem sugerindo que eles estavam comendo lagosta, alimento proibido pelo judaísmo.
Além disso, em 2014, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, ironizou a crítica do governo brasileiro ao uso “desproporcional” da força israelense na Faixa de Gaza, fazendo uma referência à derrota da seleção brasileira por 7 a 1 contra a seleção alemã na Copa de 2014.
Diante de todas estas controvérsias, o relacionamento entre a embaixada de Israel e o Brasil permanece como um tema de debate e tensão política.
