As palavras da governadora sobre devolver às pessoas o direito de ir e vir parecem vazias quando se olha para a realidade das delegacias sobrecarregadas e do efetivo policial esgotado. O investimento de R$ 1 bilhão parece impressionante, mas até que ponto esses recursos serão suficientes para equipar e treinar adequadamente os profissionais de segurança?
Além disso, as novas viaturas, do modelo Duster, serão distribuídas de acordo com a demanda, o que levanta suspeitas sobre a eficácia desse planejamento. Será que as viaturas serão enviadas para as regiões mais críticas ou serão distribuídas de forma arbitrária, sem considerar a gravidade da situação em cada local?
E essa não é a única questão que fica sem resposta. A renovação da frota incluirá mais 40 viaturas do mesmo modelo nos próximos dias, mas será que isso será suficiente para atender às necessidades da Polícia Civil? E o que dizer das 200 viaturas descaracterizadas para investigação? Isso representa um investimento significativo, mas será que os policiais terão o treinamento necessário para usufruir desses novos recursos?
As declarações da chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Simone Aguiar, sobre celebração e padronização das viaturas, parecem um tanto fora da realidade quando confrontadas com a situação precária das delegacias do estado. E a destinação de R$ 3,84 milhões para o setor da segurança, incluída na Lei Orçamentária Anual para 2024, não representa nem de perto a quantia necessária para solucionar os problemas enfrentados pela polícia pernambucana.
Diante desse cenário, a entrega das novas viaturas parece um ato simbólico, mas que não traz soluções reais para a segurança pública em Pernambuco. Enquanto a gestão estadual tenta vender essa ação como um avanço significativo, a realidade das delegacias e do trabalho dos policiais mostra que há muito a ser feito. Orçamentos milionários e anúncios pomposos não são suficientes para resolver os problemas estruturais e sociais que afetam a segurança no estado.