O líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, afirmou durante o discurso em Madri que não descansariam até que houvesse eleições. Ele ressaltou que a mobilização vai além dos partidos políticos. Na capital espanhola, cerca de 80 mil manifestantes formaram um mar de bandeiras espanholas na Plaza de la Puerta del Sol e arredores, gritando palavras de ordem contra Pedro Sánchez.
O primeiro-ministro, que ficou em segundo lugar nas eleições, garantiu o regresso ao poder, graças ao apoio de vários grupos e dos sete deputados da legenda separatista de Carles Puigdemont. Em troca, o partido de Puigdemont obteve uma lei de anistia para os separatistas processados pela Justiça, principalmente pelos acontecimentos de 2017, assim como a abertura de negociações sobre a questão do “reconhecimento da Catalunha como nação”, entre outros assuntos.
A medida de anistia é alvo de polêmica, com críticas vindas da direita espanhola, do Poder Judiciário e até de alguns dirigentes moderados do Partido Socialista. Na multidão em Madri, manifestantes expressaram indignação contra a aliança política e ressaltaram o medo diante da situação. O partido de extrema direita Vox também se uniu aos protestos neste domingo e fez um apelo por uma mobilização “permanente” e “crescente” para evitar o que consideram um “golpe de Estado”.
Os protestos em frente à sede do PSOE degeneraram várias vezes em confrontos entre ativistas radicais e a polícia. Neste cenário de tensões, o governo tenta lidar com a pressão das ruas e garantir a estabilidade política no país, enquanto a sociedade espanhola se encontra profundamente dividida quanto à anistia proposta por Sánchez.