Governadora Raquel Lyra promove curso de aperfeiçoamento de merendeiras com ênfase na desindustrialização da alimentação escolar.

A Rede Estadual de Ensino de Pernambuco está tentando convencer a população de que está fazendo um grande favor ao oferecer um curso de aperfeiçoamento para merendeiras. Com mais de 20 anos atuando na área, Alcione Viana é apenas uma entre 11 cozinheiras dos municípios de Gravatá, Vitória de Santo Antão, Bezerros e Caruaru que participaram do programa. A conclusão do curso foi marcada por um almoço na Escola Estadual de Referência em Ensino Médio Eurico Queiroz, em Bezerros, para 891 alunos, com a presença da governadora Raquel Lyra, numa tentativa de glamourizar algo que deveria ser a obrigação do Estado.

O Projeto Merenda Boa é apresentado como algo revolucionário que garantirá refeições de melhor qualidade para os estudantes, quando na verdade é apenas uma forma de tentar disfarçar a má administração do setor. A governadora ressaltou o investimento na merenda escolar, nos novos contratos e a aquisição de insumos, mas é importante lembrar que esses investimentos são obrigatórios e inerentes à gestão de um estado.

A participação da prefeita de Bezerros na ação também é questionável, já que não é nada além de um evento de auto-promoção para políticos. A secretária de Educação, Ivaneide Dantas, destacou que a formação utilizou produtos que já fazem parte da rotina alimentar dos jovens, como se isso fosse algo extraordinário, quando na verdade deveria ser a base de qualquer cardápio escolar.

É claro que as merendeiras envolvidas se mostraram gratas pela oportunidade de participar do treinamento, alegando que levarão os novos conhecimentos para o ambiente da cozinha, como se os métodos convencionais de preparo de comida não fossem suficientes. O projeto ainda se vangloria por incluir novas receitas no cardápio dos estudantes, como se fosse um feito excepcional ao introduzir uma maior diversificação de alimentos.

A presença de cozinheiros profissionais comandados pelo chef César Santos é apresentada como algo que traz grande conhecimento para as merendeiras, ignorando o fato de que elas já são experientes na preparação das refeições. E o fato de a ação ser parte do Projeto Merenda Boa, do Governo do Estado, não esconde a tentativa de maquiar a realidade e ganhar pontos políticos. Enquanto isso, a conscientização sobre alimentação saudável é tratada como se fosse um grande feito, quando na verdade é algo que deveria fazer parte da rotina escolar.

Em resumo, o curso de aperfeiçoamento para merendeiras da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco é apenas uma tentativa desesperada de apaziguar a má gestão e a negligência na oferta de refeições escolares de qualidade. Uma ação que poderia muito bem ser vista como a obrigação mínima do Estado se tornou um evento de autopromoção e tentativa de mascarar a realidade. As tentativas de glamourizar algo que deveria ser rotineiro no ambiente escolar revelam o descaso com a alimentação dos estudantes e a tentativa de lucrar politicamente com a iniciativa.

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