Protestos no Panamá contra mineradora canadense deixaram mais de mil detidos e provocam perdas milionárias.

Protestos violentos contra empresa canadense no Panamá resultam em mais de mil detidos

Nos últimos quatro semanas, o Panamá tem sido palco de protestos intensos contra a mineradora canadense First Quantum Minerals (FQM). De acordo com informações da polícia panamenha nesta sexta-feira (17), mais de mil pessoas foram detidas em meio aos tumultos.

A Polícia Nacional divulgou que as detenções aconteceram em meio a atos de vandalismo e danos a propriedades públicas e privadas durante as manifestações. Um total de 1.156 pessoas foram presas, incluindo 151 menores de idade. Além disso, 63 estabelecimentos comerciais e 19 instituições, além de estações de metrô, caixas eletrônicas e dependências policiais, foram vandalizados.

Os protestos também resultaram em duas mortes por disparos de um advogado panamenho-americano em bloqueios de estradas, além de pelo menos uma pessoa atropelada por um veículo.

A causa dos protestos é o contrato firmado entre o Estado do Panamá e a empresa canadense para a operação de uma mina de cobre por 40 anos. Os manifestantes alegam que o acordo tem os mesmos problemas que um contrato anterior, considerado inconstitucional por ter sido firmado sem licitação ou consulta popular, e que a mina já causou danos ao meio ambiente.

Líderes sindicais e representantes dos manifestantes afirmam que os protestos continuarão até que a soberania e a autodeterminação do país sejam resgatadas. Segundo uma entidade patronal, os protestos e bloqueios de estradas já causaram prejuízos superiores a 1,7 bilhão de dólares (R$ 8,3 bilhões).

Em uma tentativa de acalmar os ânimos, o Congresso do Panamá aprovou uma moratória da mineração de metais e deixou a decisão sobre o futuro do contrato nas mãos da Suprema Corte de Justiça. O governo e a mineradora garantem que o novo contrato fornecerá aportes mínimos anuais ao Estado, além de gerar empregos diretos e indiretos.

Esses eventos têm impactado profundamente o Panamá, gerando um tumulto social e político em um momento crucial para o país. A situação continua a ser acompanhada de perto pelas autoridades e pela população, com a expectativa de que uma resolução para o impasse seja alcançada em breve.

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