O objetivo da CPI foi apurar denúncias de abusos na expulsão de colonos da Terra Indígena Apyterewa, como a forte repressão da Força Nacional e de órgãos ambientais. Além disso, a comissão também investigou a suposta interferência de ONGs na ampliação e desintrusão da terra indígena. O senador Plínio Valério inclusive enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia que aponta os supostos abusos praticados por agentes públicos na região.
A decisão do ministro Nunes Marques, do STF, de suspender a operação em Apyterewa foi comemorada pelo prefeito de São Félix do Xingu, João Cléber, que se disse aliviado com a medida. Também durante a reunião da CPI, diversas denúncias de violência, repressão, abandono de animais, derrubada de casas e abusos psicológicos foram apresentadas por moradores da região, que reclamaram da desintrusão do território.
Além disso, a população da Vila Renascer e da Associação Vale do Cedro cobraram a revisão do laudo antropológico que resultou na retirada de pessoas da região. Eles afirmaram que muitos moradores vivem na região há mais de 30 anos e que não querem expulsar os indígenas, mas pedem apoio para as mais de 2 mil famílias da região.
Ao encerrar a reunião, o presidente da comissão, Plínio Valério, criticou a atuação das ONGs na região, chamando-as de “hipócritas” e acusando-as de dominar a região em nome da Amazônia. Segundo ele, o preço que essas ONGs exigem para cuidar da Amazônia é a pobreza e a miséria da população local.
A população e autoridades locais esperam que a CPI das ONGs possa esclarecer os supostos abusos na desintrusão da Terra Indígena Apyterewa e que a situação da região seja revista para garantir justiça para todos os envolvidos.