Aprovação histórica da COP28 de Dubai: Fundo climático para países vulneráveis reduz prejuízo entre Norte e Sul.

A Cúpula do Clima das Nações Unidas, conhecida como COP28, de Dubai, iniciou nesta quinta-feira (30) com uma decisão histórica: a aprovação de um fundo climático para financiar as perdas e danos dos países vulneráveis, visando reduzir as disparidades entre o Norte e o Sul.

A medida, que representa o principal resultado da COP27 realizada no Egito no ano passado, foi recebida com aplausos pelos delegados dos quase 200 países participantes da cúpula. O fundo já era um princípio aprovado na COP27, mas carecia de detalhes, que foram agora finalizados na COP28.

O presidente da COP28, Sultão Al Jaber, elogiou a decisão chamando-a de “histórica” e “um sinal positivo para o mundo”. Ele destacou a rapidez na resolução do assunto, ressaltando que tal agilidade é sem precedentes.

Após intensas negociações, os países do Norte e do Sul chegaram a um compromisso frágil em Abu Dhabi no início de novembro, estabelecendo as regras de funcionamento do fundo climático, cujo lançamento está previsto para 2024.

A decisão de adotar o texto logo na abertura da COP se destina a evitar questionamentos sobre o compromisso, o que poderia prejudicar as negociações sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O grupo de países menos desenvolvidos, representado pela presidente Madeleine Diouf Sarr, celebrou a decisão como algo de “enorme significado para a justiça climática”.

No entanto, o caminho para a efetivação do fundo climático ainda envolve desafios significativos. Segundo a ONG Global Citizen, os países ricos agora precisam anunciar contribuições significativas. Países europeus como a UE, Alemanha, França e Dinamarca já anunciaram suas primeiras contribuições, assim como os Emirados Árabes.

Apesar desses esforços, os montantes disponibilizados ainda estão longe das reservas bilionárias necessárias para financiar os danos climáticos sofridos pelas nações mais vulneráveis.

O fundo ficará guardado provisoriamente no Banco Mundial por quatro anos, e os países mais desenvolvidos enfrentam questões sobre a obrigatoriedade de contribuição e a expansão da base de contribuintes para o fundo.

A decisão na COP28 representa um passo positivo na direção da justiça climática, mas ainda há desafios a serem superados para garantir que as nações mais vulneráveis recebam apoio suficiente para mitigar os danos causados pelo aquecimento global.

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