Além disso, Maduro ordenou à estatal petrolífera PDVSA a concessão de licenças para a exploração de recursos na região do Essequibo, onde a Guiana autorizou a operação de empresas petrolíferas estrangeiras e locais. Ele também propôs a criação de uma lei especial para proibir a contratação de empresas que operam na área sob concessões concedidas pela Guiana no “mar a delimitar”.
As medidas anunciadas por Maduro fazem parte de um conjunto de anúncios feitos pelo presidente nesta terça-feira, após o referendo consultivo do último domingo, no qual o governo venezuelano buscou o apoio popular para seu pleito sobre a região em disputa. Mais de 10,4 milhões de votantes participaram do referendo, metade do eleitorado da Venezuela, e mais de 95% concordaram que o Essequibo se torne uma província do país.
A Guiana, por sua vez, deu aval em outubro passado para seis empresas petrolíferas, incluindo a americana ExxonMobil e a francesa TotalEnergy, explorarem suas costas, o que gerou protesto da Venezuela devido a serem “águas pendentes de delimitação”, e em resposta, convocou o referendo.
O governo da Guiana disse que continua “vigilante” em relação às medidas tomadas pela Venezuela, e o procurador-geral guianense, Anil Nandlall, afirmou esta terça-feira que irá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas se a luta por Essequibo se agravar.
Caracas argumenta que o Rio Essequibo é a fronteira natural com a Guiana, portanto o território disputado faria parte da Venezuela, como em 1777, quando era colônia da Espanha. O presidente também pediu a implementação de um plano de “atenção social” para a população da área em disputa, “bem como a realização de um censo e a entrega de carteiras de identidade aos seus habitantes”.
A tensão entre a Venezuela e a Guiana sobre a região do Essequibo é de longa data e envolve disputas históricas e geopolíticas, com um impasse sobre a validade de um laudo arbitral de 1899 e a convocação do referendo consultivo por parte da Venezuela. A situação será acompanhada de perto pela comunidade internacional, e as próximas medidas podem ter impactos significativos no cenário político e econômico da região.