Imigração no Brasil: mulheres e crianças representam a maioria dos pedidos de refúgio, aponta Observatório das Migrações Internacionais

Nos últimos nove anos, o cenário migratório brasileiro tem sido impactado pela crescente presença de mulheres e crianças que buscam refúgio e melhores condições de vida em território nacional. Segundo levantamento realizado pelo Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra), as mulheres correspondem a quase metade dos pedidos de refúgio feitos no Brasil, tendo passado de 10,5% para 45% de 2013 a 2022.

A pesquisa revela que venezuelanas e cubanas foram as que mais solicitaram refúgio, com 45,9% e 46,8% dos pedidos, respectivamente. Estes percentuais estão acima da média, indicando uma tendência crescente de participação feminina nos pedidos de refúgio. Além disso, o relatório aponta que houve um aumento na representatividade das mulheres entre os solicitantes de residência de longa duração no país, passando de 34,1% em 2013 para 42,9% em 2022.

Os estados que mais registraram mulheres imigrantes foram Roraima, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Amazonas e Rio Grande do Sul. Segundo o coordenador de estatística do observatório, Tadeu de Oliveira, esses dados evidenciam mudanças no fluxo migratório, que antes era predominantemente composto por homens adultos e jovens.

Os números também indicam que os venezuelanos são a maior comunidade de imigrantes no país, com 210.052 solicitações de refugiado entre 2013 e 2022, seguidos por haitianos, cubanos e angolanos. Por outro lado, algumas nacionalidades, como portugueses, espanhóis, alemães e italianos, perderam protagonismo nesse período.

Mais da metade dos imigrantes que ingressam e fixam residência no Brasil optam por se estabelecer na cidade de Pacaraima, em Roraima, que concentra 53,1% dos solicitantes. Esses dados refletem as mudanças significativas no perfil dos imigrantes que estão buscando refúgio e melhores condições de vida no Brasil.

O aumento da participação de mulheres e crianças nos fluxos migratórios indica a necessidade de políticas públicas que levem em consideração essa transformação, visando garantir a proteção e a integração desses grupos na sociedade brasileira. Essa nova realidade exige atenção e medidas adequadas por parte das autoridades para lidar com as demandas específicas e desafios enfrentados por esses imigrantes.

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