A carreira política e militar do general parecem ter sido entrelaçadas desde cedo. Em 1987, ele ingressou na Academia Militar da Venezuela como “General de Brigada Tomás Montilla”. Assumiu cargos importantes após se juntar à tentativa frustrada do ex-presidente Hugo Chávez de tomar o poder em 4 de fevereiro de 1992. Em 2013, foi nomeado por Maduro como comandante da guarda da Presidência e mais tarde como reitor da Universidade Militar Bolivariana.
Rodríguez Cabello também ocupou o cargo de comandante geral do Exército da Venezuela depois de deixar as Regiões de Defesa Integral na capital. Seu envolvimento com o governo Maduro ficou evidente em 30 de abril, quando o líder opositor Juan Guaidó anunciou “o fim definitivo da usurpação” do poder por Maduro. O militar teria ido até o local para desmentir a presença de opositores na base militar, mostrando sua lealdade ao governo.
Além disso, Rodríguez Cabello foi nomeado vice-presidente do conselho de supervisão da estatal Corporação Venezuelana de Guayana (CVG), após um escândalo de corrupção ter sido revelado na empresa e na PDVSA. Atualmente, além do cargo de deputado na Assembleia Nacional pelo PSUV, ele também preside a Comissão Permanente da Controladoria da assembleia e representa o partido em Bolívar.
O general foi descrito por alguns analistas militares como “um pedaço do Diosdado”, com quem teria parentesco. Rodríguez Cabello e Diosdado Cabello são primos e teriam se formado na mesma turma do Exército. Diosdado é o número dois do chavismo.
No entanto, a nomeação de Rodríguez Cabello como governador de Guiana Essequiba aumentou a tensão entre a Venezuela e a Guiana, que disputam a região há décadas. A Venezuela reivindica o Essequibo com base em sua interpretação do Acordo de Genebra, firmado em 1966 com o Reino Unido, enquanto a Guiana solicitou à Corte Internacional de Justiça (CIJ) uma decisão sobre o Laudo Arbitral de Paris de 1899. Em meio a essa disputa, a nomeação do general para governar a região é um sinal de que a tensão entre os dois países pode aumentar ainda mais.