Arévalo alega que o Ministério Público está tentando impedi-lo de assumir o cargo em 14 de janeiro, devido ao medo de poderosos setores políticos tradicionais da Guatemala em relação à sua promessa de combate à corrupção. A ofensiva do Ministério Público envolve a denúncia de anomalias nas “atas finais de encerramento do escrutínio”, o que levou a procuradora Leonor Morales a afirmar que tais atas “são nulas” para validar os resultados eleitorais. O caso será analisado pelo Tribunal Supremo Eleitoral, que deverá tomar uma decisão a respeito.
Blanca Alfaro, presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, defendeu a vitória de Arévalo, garantindo que os resultados são oficiais e inalteráveis. Ela também ressaltou que os eleitos devem tomar posse em janeiro, sob pena de “ruptura da ordem constitucional”. Além disso, Alfaro afirmou que o Ministério Público não tem poder para anular uma eleição, a menos que haja uma decisão da Corte de Constitucionalidade.
Enquanto isso, os Estados Unidos, a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU condenaram as ações do Ministério Público. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, criticou as tentativas “persistentes e sistemáticas” de minar o resultado das eleições presidenciais na Guatemala, pedindo respeito à vontade dos eleitores.
Por outro lado, o Ministério Público acusou Arévalo de supostas ilegalidades na formação de seu partido e de lavagem de dinheiro. No entanto, o presidente eleito rejeitou essas acusações, alegando que todas estão documentadas.
A situação na Guatemala continua tensa, com disputas políticas e acusações mútuas entre Arévalo e o Ministério Público. A crise política guatemalteca tem atraído a atenção de diversos atores internacionais, que buscam garantir a legitimidade do processo eleitoral no país.