Fiocruz e Movimento Negro Unificado lançam cartilha “Saúde na favela numa Perspectiva antirracista” durante campanha de promoção de saúde nas favelas do Rio de Janeiro.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Movimento Negro Unificado (MNU) lançaram nesta quarta-feira, 13 de dezembro, no Rio de Janeiro, a cartilha Saúde na favela em uma Perspectiva antirracista. O documento foi produzido pela Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (CCSP) e teve seu lançamento realizado durante um seminário no auditório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) no campus Manguinhos da Fundação.

O lançamento da cartilha também marcou o início da campanha Promoção de Saúde nas Favelas e periferias do Rio de Janeiro pela Perspectiva Antirracista, que foi organizada pela Fiocruz em conjunto com o MNU do Rio de Janeiro.

De acordo com o tecnologista em saúde pública da Fiocruz, Leonardo Bueno, a cartilha tem como objetivo fomentar uma campanha de enfrentamento ao racismo nas favelas e nos equipamentos de saúde que funcionam dentro das comunidades, como clínicas de família, unidades de pronto atendimento (UPAs) e centros de atenção psicossocial (CAPs).

A iniciativa está focada inicialmente em quatro favelas do Rio de Janeiro: Vila Cruzeiro, Jacarezinho, Vila Kennedy e Mangueirinha, e tem como perspectiva futura a distribuição da cartilha para outras comunidades, incluindo Manguinhos e Maré, que já demonstraram interesse. A primeira tiragem alcançou 4,5 mil exemplares.

A cartilha aborda questões como garantia de direitos, participação social, diferenças entre favelas, conjuntos habitacionais e loteamentos clandestinos, atuação dos promotores e da população em busca de direitos da saúde, racismo e violência armada, crimes raciais, história, racismo, intolerância, saúde e violência obstétrica.

Além disso, houve a exibição de trechos do documentário Saúde antirracista na favela, é possível?, que foi produzido pela Fiocruz, em parceria com nove organizações da sociedade civil. O filme explora os processos de formação e construção de redes nos territórios das quatro favelas objeto inicial da cartilha e da campanha e apresenta narrativas construídas a partir da perspectiva de diferentes categorias profissionais acerca do tema.

Ao longo de 2023, o projeto promoveu dez ciclos formativos realizados com as contribuições de uma equipe multidisciplinar, que trabalhou o tema do antirracismo a partir da base conceitual da promoção da saúde e da participação nas diversas instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dessa forma, o projeto Saúde na favela pela perspectiva antirracista visa abordar a formação e promoção da saúde com acolhimento, escuta ativa e enfoque antirracista voltado para moradores de favelas do Rio de Janeiro que tenham passado por violações de direitos humanos.

A ação conta também com o apoio da Biblioteca Parque de Manguinhos, do Centro de Referência Para a Saúde da Mulher (Cresam), da Associação Brasileira Terra dos Homens, do Projeto Cultural Arte Transformadora, da Igreja Batista Central do Centenário e do Centro Comunitário Irmãos Kennedy.

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