Aos 69 anos de idade e ex-comandante das forças armadas, Sissi governa o Egito há cerca de uma década e iniciará seu novo mandato em abril. Apesar de, segundo a Constituição, este ser seu último mandato, o líder estendeu a duração do mandato presidencial de quatro para seis anos e modificou a Carta Magna para ampliar o limite de dois para três mandatos consecutivos.
As eleições tiveram três adversários relativamente desconhecidos, com Sissi acumulando 96% dos votos nas eleições de 2014 e 2018. Ao longo de sua gestão, milhares de opositores foram presos, eliminando qualquer concorrência séria para Sissi.
Apesar de opositores tentarem ganhar força ao longo do último ano, a atenção da mídia e da opinião pública acabou voltando para a guerra em Gaza, desencadeada após um ataque do movimento islamista Hamas em Israel em 7 de outubro. Além disso, as eleições aconteceram em meio a uma crise econômica, com inflação de 40%, desvalorização de 50% da moeda nacional e a eliminação dos subsídios públicos.
Dois terços dos egípcios vivem próximos à linha da pobreza, com a população ficando dividida sobre o governo de Sissi. Grande parte de seus apoiadores o considera como alguém que conseguiu devolver a tranquilidade ao país após o caos surgido com a revolução de 2011 e a queda de Hosni Mubarak, que esteve no poder por 30 anos.
O reeleição de Sissi ocorre em um momento de desafios econômicos e sociais consideráveis, com críticas à sua gestão e à ausência de competição significativa durante o processo eleitoral. A repressão à oposição foi um dos principais aspectos de sua administração, causando um impacto profundo nas dinâmicas políticas e sociais no Egito.