Classificação de risco por agências internacionais afeta economia brasileira e condições de investimento no país

As agências estrangeiras de classificação de risco desempenham um papel crucial na economia de um país, ao determinar a confiança dos investidores internacionais em relação à capacidade de pagamento da dívida pública. As notas atribuídas por essas agências não apenas guiam os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado, mas também afetam a capacidade das empresas de captar recursos no mercado financeiro.

As agências mais conceituadas nesse segmento são a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s (S&P), que enviam técnicos aos países avaliados para analisar as condições da economia. Uma avaliação positiva por parte dessas agências resulta em custos mais baixos e melhores condições de pagamento para os países e empresas analisados, bem como atrai investimentos estrangeiros.

No caso do Brasil, a primeira agência a incluir o país na categoria de grau de investimento foi a S&P, em abril de 2008, seguida pela Fitch e pela Moody’s em datas posteriores. No entanto, em setembro de 2015, a S&P retirou o grau de investimento do país, desencadeando uma série de rebaixamentos por parte de outras agências nos anos seguintes.

A decisão mais recente das agências elevou a nota da dívida do Brasil pela S&P, que estava dois níveis abaixo do grau de investimento. A Fitch mantém o país três níveis abaixo, com perspectiva estável, enquanto a Moody’s também o classifica dois níveis abaixo.

Por meio da dívida pública, um governo emite títulos para levantar recursos no mercado financeiro, e o grau de investimento é essencial para conseguir juros mais baixos nos papéis da dívida externa. Contudo, as agências de classificação de risco enfrentam críticas pela imprecisão de seus prognósticos, com casos de notas altas atribuídas a operações que entraram em colapso, como no mercado imobiliário dos Estados Unidos em 2008.

Além disso, a Standard & Poor’s enfrentou suspeitas de fraude em suas classificações e acabou pagando uma multa milionária em 2015 por seu papel na crise econômica global. Todas essas situações ressaltam a importância e, ao mesmo tempo, a polêmica em torno das agências de classificação de risco, que continuam a exercer influência significativa no mercado financeiro internacional.

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