De acordo com Shajramanyan, “No campo jurídico da República de Artsakh, não existe nenhum documento que preveja a dissolução das instituições governamentais”. Ele ainda destacou que nenhum documento pode levar à dissolução da república, que foi estabelecida pela vontade do povo da região do Nagorno-Karabakh.
A região de Nagorno-Karabakh foi o epicentro de um conflito prolongado entre a Armênia e o Azerbaijão. As duas nações travaram duas guerras pelo enclave no Cáucaso, de maioria armênia, mas reconhecido como parte do Azerbaijão. Em setembro deste ano, o governo armênio da região anunciou a dissolução de sua república separatista.
No entanto, a nova fala do líder separatista vem em um momento em que Armênia e Azerbaijão davam sinais de uma possível normalização nas relações. Os dois países anunciaram uma troca de prisioneiros de guerra, com Baku libertando 32 militares armênios e Yerevan libertando dois militares azerbaijanos.
O processo de dissolução da república separatista gerou tensões após a derrota militar do Nagorno-Karabakh para o Azerbaijão. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, até mesmo visitou a capital do território e fincou a bandeira do país na cidade de Stepanakert.
Apesar do cessar-fogo, a região ainda enfrenta alguns embates esporádicos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, e quase toda a população armênia de Nagorno-Karabakh fugiu para a Armênia. Em meio a todos esses desdobramentos, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou, a pedido da Armênia, que o Azerbaijão permita o retorno “seguro” dos habitantes de Nagorno-Karabakh.
Apesar dos esforços para normalizar as relações e da declaração de Shajramanyan sobre a invalidade da decisão de dissolução do Nagorno-Karabakh, a situação continua incerta na região. A comunidade internacional espera que as tensões diminuam e que um processo de paz seja efetivamente implementado no Cáucaso.