A publicação foi rapidamente criticada por conservadores. O líder da delegação do partido de extrema direita, Irmãos da Itália, descartou as releituras como “patéticas”. Outra crítica veio da senadora Lavini Mennuni, que chamou a publicação do +Europa de “provocação” que “beira o ridículo”.
A situação ainda causou mal-estar dentro do próprio partido. A empresária Anita Likmeta, que havia sido membro do +Europa, deixou a sigla em repúdio à publicação. Ela escreveu em seu pronunciamento que se o partido pensa em defender a diversidade com “acenar hipócritas à tradição”, ela não está disponível para o papel da “Madonna lésbica”.
A postagem do +EUROPA ocorre em um contexto político italiano particular. A atual primeira-ministra Giorgia Meloni é conhecida por sua retórica anti-LGBTQIA+ e sua postura conservadora. A líder do partido de direita proibiu governos locais de autorizarem o registro de filhos por casais do mesmo sexo. Além disso, ela proibiu casais LGBTQIA+ de adotarem ou recorrerem à barriga de aluguel.
A ascensão do governo conservador impactou fortemente a composição do Parlamento italiano, com a coalizão de direita reunindo quase 44% dos votos tanto na Câmara quanto no Senado. Este é o primeiro governo de extrema direita na Itália desde a sua fundação na UE, e suas políticas refletem uma visão profundamente tradicional.
Em um país onde a cultura e a tradição são aspectos profundamente enraizados, esta polêmica em torno da representação do presépio e a diversidade familiar evidenciam a divisão entre as visões sociais de tradição e diversidade.