De acordo com a Polícia Federal (PF), esse é o menor número de armas de fogo para defesa pessoal cadastradas desde 2004, quando foram registrados 4.094 novos armamentos. As pistolas lideram a lista de armas registradas, com 14.277 cadastros feitos em 2023, seguidas por espingardas (2.309) e rifles (2.215).
Diante desse cenário, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou em suas redes sociais, apontando que a redução no registro de armas e a diminuição do número de crimes violentos letais intencionais são indicativos positivos para o país. Ele enfatizou a importância de políticas de justiça social e o papel das forças policiais equipadas e tecnicamente preparadas para combater a criminalidade.
A queda no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorre após o governo federal adotar medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Tais medidas incluíram a restrição da venda de armas e munições para civis, bem como o aumento das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.
A gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, afirmou que a redução no registro de armas por civis pode ser atribuída principalmente à política mais restritiva adotada pelo governo, mas também destacou que esse não é o único fator a ser considerado. Pollachi ressaltou a importância de melhorar a fiscalização sobre as pessoas que já têm armas de fogo, além de implementar um programa de recompra de armas que estão em posse de civis.
Ela também enfatizou a necessidade de investimentos proporcionais para que a Polícia Federal consiga desempenhar suas funções de fiscalização, considerando a transferência de parte das competências de fiscalização do Exército para a Polícia Federal. Em relação ao programa de recompra de armas, Pollachi sugeriu que o governo abra um programa com valores atraentes, uma vez que os valores pagos pela campanha de entrega voluntária estão desatualizados.
A redução no registro de novas armas de fogo por civis e a política de maior restrição às armas foram vistas como positivas para o país, mas ressaltou-se que ainda é preciso aprimorar a regulamentação e a fiscalização para garantir a segurança da população e combater a criminalidade.