Essa alegação recente foi impulsionada por um vídeo viral no TikTok realizado pela empresa de artigos culinários Food52, no qual a jornalista gastronômica Emily Ziemski alertava sobre os perigos da bactéria Bacillus cereus presente nos alimentos requentados. Porém, até que ponto esse alerta é válido e preciso?
A B. cereus é conhecida por ser uma potencial fonte de intoxicação alimentar, já que produz toxinas que podem resultar em sintomas como vômitos e diarreias. Essa bactéria está presente no ambiente, especialmente em solos, podendo contaminar diversos tipos de alimentos, desde laticínios até vegetais. E, ironicamente, a famosa “síndrome do arroz frito” está diretamente ligada à falta de cuidado no armazenamento de alimentos requentados.
A habilidade da B. cereus de sobreviver em formas resistentes ao calor e ao frio faz com que sua proliferação seja facilitada quando alimentos contaminados (como o arroz requentado) são deixados em temperatura ambiente. Quando aquecidos posteriormente, esses alimentos podem continuar a abrigar toxinas resistentes ao calor, causando um aumento potencial nos sintomas de intoxicação.
Em termos práticos, diretrizes de segurança alimentar orientam que os alimentos destinados a serem consumidos posteriormente devem ser mantidos na geladeira e fora da “faixa vermelha” de 5 a 57 graus Celsius. Além disso, alimentos não devem permanecer em temperatura ambiente por mais de duas horas, principalmente carnes.
Uma pesquisa realizada em 2020 pela China apontou a B. cereus como o quarto maior causador de surtos de intoxicação alimentar entre 2003 e 2017, totalizando mais de 400 surtos, 7.892 casos e cinco mortes no país.
Portanto, o vídeo do TikTok que trouxe à tona a “síndrome do arroz frito” serve como um alerta válido sobre os perigos associados ao armazenamento e consumo de alimentos requentados, alertando para a importância de seguir diretrizes de segurança alimentar para evitar a proliferação de bactérias nocivas. Afinal, segurança alimentar é crucial para prevenir surtos de intoxicação alimentar e manter a saúde em primeiro lugar. Afinal, nenhuma comida é tão saborosa a ponto de justificar os riscos à saúde.